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Música, divulgações, diversões, meio ambiente, cultura, divagações e boas conversas. Não necessariamente nessa ordem :-)

quinta-feira, 3 de março de 2016

Paulinho Black e as memórias...

Eu e Paulinho Black

Das coisas inusitadas da vida! Em meu show-entrevista para Ricardo Brito, pro nosso Programa Encontros, na Rádio Roquette-Pinto tinha um publico pequeno porém seletíssimo e entre os presentes, Paulinho Black, um dos maiores bateristas desse pais, que já tocou com Deus e todo mundo e com quem tive o enorme prazer de trabalhar lá nos primórdios dos séculos!

Nossa história musical é no mínimo curiosa e agora faço questão de conta-la até para que não se perca nas esquinas da memória. Estava eu começando a vida musical, cheia de planos e sonhos, quando minha prima e grande cantora, Rosaly Lima, me chamou pra fazer parte de um trabalho especial, pilotado por ninguém menos que Luís Carlos Vinhas! Ele mesmo, o grande nome do piano brasileiro, da bossa nova, da noite carioca, de mil aventuras. Ele precisava montar uma banda para um projeto de bossa-nova, financiado por um empresário quente, que trabalhava com gente graúda do futebol.

Pois bem, Vinhas formou o time: ele no piano, Tião Neto no baixo acústico, Paulinho Black na bateria, Ricardo Pontes de sax e flauta, Rosaly e eu cantando. A proposta era “milionária”, íamos embarcar em poucos meses para o Japão, percorrer o país inteiro e depois, Europa! Ganharíamos regiamente para ensaiar, sairíamos daqui com CD e um material maravilhoso de vídeo nas mãos e ganharíamos o mundo. O céu era o limite! Pra mim então, seria de Copacabana para os píncaros da fama internacional!  Uau!

Primeiro mês de ensaios, uma beleza! Trabalhávamos todos os dias da semanas num estúdio,  tudo pago, preto no branco. Segundo mês fizemos a gravação dos áudios, um vídeo no estúdio da TVE, ensaios regulares e alguns atrasos no pagamento, meio chato, mas vamo que vamo. Terceiro mês....apertem os cintos, o piloto sumiu! E não houve meio de acharmos o sujeito, nem Tião Neto que encabeçou o levante pra reaver nosso dinheiro e saiu esbravejando aos quatro cantos, nem milhares de telefonemas, incertas no escritório, nem tentativa alguma! O homem sumiu na bruma sem deixar rastro.

E com ele foi-se embora o projeto, o Japão, o CD e todas as nossas expectativas depositadas nesse empreendimento. De bom sobrou a amizade com esse povo bom, um registro em áudio bacana e muita história pra contar, além é claro de muitas risadas depois que o tempo passou e a bronca se dissipou.


Grande Paulinho Black! Saudade do Tião e do Vinhas que já partiram, saudade sempre de Ricardo Pontes e Rosaly, que agora mora em Sampa. 
Beijos muitos pra todos vocês!

10 comentários:

  1. Afe, Dinda, que coisa! Depois dessa, se fosse qualquer uma, talvez até desanimasse... Mas como diria a maravilhosa Cora Coralina, "tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas, mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros, mais estrada no meu coração do que medo na minha cabeça”.
    E no mínimo você tem é muita história pra contar!
    Beijos!

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  2. Danny, se eu pensasse em desistir por conta de cada maluquice que me aconteceu pelo caminho, não teria dado nenhum passo. Foram muitas, tenha certeza. Mas, a medida que caminhamos, vamos aprendendo a não entrar tanto nessas roubadas, a margem de erro vai diminuindo, nunca cessa, sempre temos uns abacaxis pra descascar. Mas isso, como você falou, vai virando "enredo pro nosso samba". Tirei muitas lições dessa experiencia e ganhei muitos amigos também.
    Hoje é tudo muito engraçado!!!! :-)
    Beijos muitos, gosto de te ver aqui!

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  3. Posso imaginar! rs
    Gosto de te ver animada, contando causos por aí!
    :-*

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  4. Bem dito e contado querida prima Marianna... Separadas por 600 kms, porém 45 minutos de voo, continuamos com a amizade e corações entrelaçados. Precisamos combinar encontro musical com os queridos e maravilhosos músicos Paulinho e Ricardo. O importante é que nossa música e emoção sobrevivam. Beijusss mil!

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  5. Prima querida, que saudade de você, que coisa boa te ver por aqui! Quanta história, não é? Lembrei tanto desse nosso episódio pitoresco, deu uma saudade enorme de vocês.
    Quero que você venha aqui na nossa casa nova, vamos combinar?
    Um beijo enorme

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  6. Querida Marianna,

    Você sabe o meu apreço pelas histórias sem fim da nossa música e fiquei encantado com essa que você conta. Encantado e pu#o com o tal empresário quente que no fundo foi o responsável por essa baita fria que vocês entraram.

    O balanço do Luís Carlos Vinhas era extraordinário, o Tião Neto foi um grande baixista, que boas lembranças que você deve guardar desses que se foram e dos que, graças a Deus, ainda estão firmes por aqui.

    Por falar em grandes músicos e música, oremos pelo Naná Vasconcelos que não está nada bem...

    Bem, voltando ao tema, adivinha quem gostaria de, um dia quiçá, ouvir esse áudio? Pense bem, com calma, não precisa responder agora. A resposta certa dará direito a um pouquinho mais de afeto desse seu admirador...

    Beijos,

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    Respostas
    1. Eu tinha escrito uma resposta pra você, mas não sei o que aconteceu!!!
      Sei bem o quanto você adora histórias ligadas ao universo da nossa música, Eloy e sabe conta-las muito bem :-)
      Os áudios, preciso encontra-los, tenho uma ideia de onde estejam, mas vou pesquisar. Dou noticias disso.
      Um beijo

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  7. Puxa vida, Marianna Leporace, que legal vc lembrar destes momentos com este sentimento pois apesar de tudo o que ficou pra mim, também, foi a admiração mútua, foi a amizade, o respeito e o prazer de fazer aquele som tão legal junto com vcs. E muita saudade, é claro! Seu texto está perfeito. Eu não conseguiria acrescentar muita coisa mais! Vc conseguiu com poucas palavras dar uma idéia exata do que aconteceu e de uma forma bem leve! Qualquer dia nos encontramos e lembramos de mais detalhes para rirmos mais um pouco!

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  8. Querido Ricardo, que alegria seu comentário aqui na minha página! Que coisa boa, relembrar disso tudo que vivemos juntos, mesmo que o fim não tenha sido lá grande coisa. O que importa é que fizemos um lindo som, nos conhecemos, trocamos muitas figurinhas musicais e ficou aquele carinho pra sempre, não é?
    Um beijo enorme e vamos mesmo marcar um encontro com a nossa Rosaly!

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