Não há mocinhos e bandidos nessa
história. Não há. Estamos perdendo todos
pela nossa omissão, por nossas pequenas corrupções diárias, por nossa falta de
saco de entender mais sobre os mecanismos da política e as ciladas das
coligações perigosas.
Não fomos habituados a enfrentar
os leões e mata-los todos os dias. Não fomos estimulados a entender
profundamente sobre o caos que nos assola. Os livros de história do Brasil que
li e com muita atenção na escola acabavam na Era Vargas. Naqueles tempos, nada
se falava sobre política contemporânea. Não podia, era proibido.
Eram os anos de chumbo. Sou cria
dele como todas as gerações que nasceram depois de 1964. Portanto somos
alienados políticos e só entende desse assunto quem correu atrás, quem estudou
para isso, quem se interessou. O resto é orelhada, é ouvir o galo cantar e não
saber onde, é repetir textos alheios sem refletir, é não ter a menor capacidade
de análise, é o limbo e a ignorância que estamos vendo e vivendo todos os dias.
Somos todos ignorantes de algo, de muito e tudo escapa. Não há verdades absolutas
e nem certezas, ninguém sabe realmente de nada. E estamos brigando, o que é
mais incrível! Amizades estão em risco nesse mar de intolerância por algo que
se desconhece!
Todos queremos a mesma coisa
afinal! Um país livre de corrupção, um pais limpo, sem enriquecimentos ilícitos
às nossas custas, sem políticos viciados, mas servidores que dialoguem, que nos
escutem, que nos leiam, que nos atendam. Se não houver diálogo entre a
população e quem está na administração do pais, não há democracia de fato.
Seguimos em ditaduras veladas, onde o que impera é o interesse sempre de muito
poucos, ainda mais num país dessa dimensão.
Torço pela democracia e pelo
estado de direito, por isso não quero o impeachment mas quero propor um pacto.
Entre todos, todos os lados, que são muitos e não apenas os extremos do contra
e a favor como se coloca. Se houver impeachment, que sigamos atentos e fazendo
pressão para que se limpe de fato essa casa, mas se não houver, que sigamos com
a mesma atenção deixando a presidenta trabalhar, mas sob nossas vistas. Porque
nada é bom nesse momento. Já perdemos, mas não foi hoje, agora, já estamos
perdendo há muitos anos, quando não participamos do processo, no pleno exercício
de nossa cidadania, como se ele não nos pertencesse, como se fosse
responsabilidade de outrem.
No meio desse lamaçal estamos
amadurecendo como nação, como indivíduos políticos e cidadãos. Se há alguma
coisa a se aproveitar e sempre há, acho que é isso. O resto vai ser sempre o
resto e o futuro vai depender do nosso despertar.
Marianna
ResponderExcluirComungo das ideias que tão brilhantemente defendes, ao analisar o momento nubiloso e conflagrado por que passa nosso amado país.
Também me assustam os rancores represados e retroalimentados de intransigência, que tem sido o principal ingrediente dos conflitos, por ora verbais, que se multiplicam em escala perigosa.
Temos que praticar a lucidez nas argumentações, o diálogo sem inibição do contraditório, a contundência sem ferir suscetibilidades.
Não podemos manietar as opiniões divergentes, na presunção de que monopolizamos o conhecimento da verdade.
O Brasil precisa, urgentemente, que seja superada a tácita cumplicidade de bons e maus, quando aqueles silenciam diante da atuação destes.
Chegou a hora de união de todos pelo bem de todos.
Tuas palavras estimulam e contribuem para que pré-conceitos e incredulidades possam ser superados.
Obrigado, grande beijo